Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2007
Neste dia, 20 anos depois da sua partida, a minha humilde homenagem ao Homem que amou e defendeu a Liberdade até à morte. Só não conhece Zeca Afonso, quem não se reconhece nos princípios que ele defendeu. Todos os outros conhecem - no mesmo que nunca o tenham visto. Para ele, o meu poema. "Intolerância" Não grites... Os meus ouvidos Bebem leves pingos De sabores voláteis E sugam o mel De favos enamorados. Não grites... Sabes que mais? O som é música Que me alimenta Beijando o tímpano Que se enternece. Nao grites... Acordas a lua Cheia, isso mesmo, E sinto a dor Da noite que cega. Não grites... Amanhã já não és Quem sabe como foi Se tu próprio Não te ouviste. (Graça Arrimar, "Viagens de sal e de mel", 2003)