Sábado, 24 de Fevereiro de 2007
Cresci a ouvir músicas de José Afonso, cresci a ouvir músicas de liberdade e
democracia. Cantei vezes sem fim a Grândola Vila Morena, uma gaivota voava,
voava, só sei que apesar de nos teres deixado á vinte anos, estarás sempre
no meu coração e na minha memória.
José Sousa
Eras uma espécie de manhã clara...
Eras a alegria dos dias tristes...
Crescemos a ouvir-te e a cantar-te...
Depois veio a grande alegria, o grande dia...
E mais te cantámos, só que já sem medos...
E vimos-te... E procurámos-te... E acompanhámos-te...
E parecia a comunidade dos simples...
Gostei em especial daquela, na Guarda, depois do concerto, fomos todos até ao barracão do A. , ao lado da tasca, e por lá ficámos até que o sono nos cansasse, conversando, bebendo um copo... Que alegria!
Poucos anos depois partiste e nós não gostámos... Resta-nos, quando dá forte a saudade, e dá muitas vezes, pegar nos teus discos, agora cds, e ouvir... Mas, melhor, melhor, era tu estares!
Fraternalmente
Jorge
A praça da canção de Manuel Alegre e as letras e músicas de Zeca Afonso foram a companhia tranquilizadora da consciência cívica e lenitivo para as angústias de muitos antifascistas portugueses, desde universidades e células de trabalhadores, até à guerra colonial. E quantas vezes adaptadas com letras que não podiam ser cantadas em público, mas que aliviavam a alma, como, por exemplo o cancioneiro do Niassa.
Infelizmente AINDA tenho uma enorme da necessidade de reler a amiúde O Conde de Abranhos de Eça de Queirós e de continuar a ouvir o Zeca no vale de Fuente Ovejuna e nos Os Vampiros
Ramiro Araújo, médico-psiquiatra.
Zeca Afonso foi um idealista puro, um homem de coração grande, um bom poeta, um bom músico. Se cá voltasse, certamente que ficaria abismado com os nossos políticos a defenderem um capitalismo selvagem bem acomodados ao dinheiro que garante o silêncio e a cobertura. Bem hajas Zé! Luís Achega
Conheci Zeca Afonso já um pouco tarde mas depois de o conhecer melhor, ouvindo as suas músicas, os relatos da sua vida como Senhor que sem medo defendeu a liberdade, a igualdade, a solidariedade, logo me pus à procura dos seus discos e de tudo, de uma maneira geral, a ele dissesse respeito.
Passei a admirar este homem que pela sua simplicidade, e também abnegado pelos seus valores morais e sociais, pela luta antifascista, me deixou fascinado!
Hoje, de há alguns anos até agora, ouvir Zeca Afonso é um prazer muito grande. Ver e ouvir seus espectáculos, documentários, e relatos que só agora - alguns - vou conhecendo actualmente servem para aumentar a minha admiração por ele.
Sem dúvida alguma que foi um grande Homem, um grande lutador antifascista, e um dos maiores compositores de música da nossa história.
Bem-haja Zeca!
Carlos Reis
Os seus poemas continuam a ecoar nas estrelas deste pequeno universo, mesmo que tentem censurar a sua voz! Zeca, ficarás para sempre nos nossos corações! Rui Mateus.
Foi há 43 anos em Faro, na Escola Industrial e Comercial de Faro (hoje Tomàs Cabreira), professor de francês no Curso Geral de Comércio A minha homenagem como seu aluno, é de agradecimento por todo um ano de contacto e convivência com um professor amigo e diferente. Adérito Melro.
Hoje passam vinte anos da morte de José Afonso, o homem que provou que a palavra é uma arma e a fez passar durante anos ao povo, para ajudar a desmascarar o regime que vivemos até 1974. Como tal hoje na Discoteca Tokyo, em Lisboa, mais precisamente no Cais do Sodré (da qual sou o DJ residente) irei recordar alguns temas marcantes da obra deste grande português, por vezes esquecido por muitos de nós... Foi-se o homem, mas ficou a obra... Pedro Rodrigues
Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2007
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Neste dia, 20 anos depois da sua partida, a minha humilde homenagem ao Homem que amou e defendeu a Liberdade até à morte. Só não conhece Zeca Afonso, quem não se reconhece nos princípios que ele defendeu. Todos os outros conhecem - no mesmo que nunca o tenham visto. Para ele, o meu poema. "Intolerância" Não grites... Os meus ouvidos Bebem leves pingos De sabores voláteis E sugam o mel De favos enamorados. Não grites... Sabes que mais? O som é música Que me alimenta Beijando o tímpano Que se enternece. Nao grites... Acordas a lua Cheia, isso mesmo, E sinto a dor Da noite que cega. Não grites... Amanhã já não és Quem sabe como foi Se tu próprio Não te ouviste. (Graça Arrimar, "Viagens de sal e de mel", 2003)